INFLUÊNCIAS
Vou apresentar agora a representação fiel do que tenho andado a "apregoar" largamente, ao longo do fluir de toda a natureza deste blog.
Decorrente do facto de ter lido um dos comentários presentes aqui no blog, referente ao Post que fala sobre o TEMPLATE do mesmo BLOG, inspirei-me largamente por algumas das considerações aí partilhadas pelo meu amigo Luís Martins.
A metáfora que este utiliza, foi, para mim, um ponto de partida de inspiração para um texto que em princípio irá constar do ARGUMENTO FINAL do filme, embora a cena específica ainda não esteja completamente definida.
É impactante e pertinente, porque se adequa perfeitamente com o pulsar e natureza da personagem, e com a crispação, vivência e metamorfose que o alimenta interiormente.
Sem mais demoras, vou então partilhar convosco o texto específico, que se enquadrará numa cena em que o PERSONAGEM PRINCIPAL PEDRO, assiste a uma espiral de situações comprometedoras, no que diz respeito aos seus sentimentos e vivências, sendo representado o seu pensamento, mais uma vez, em VOZ OFF
"Queria cores para pintar este espaço. Não aquelas cores que nascem e bebem da moda, mas as outras. Aquelas que não se desgastam perante a intempérie primária, e que não fogem da luta ou da adversidade.
Queria cores e um pincel. Para neles banhar a minha frustração, a raiva opressora que dilata o meu peito. Mas a pintura seria sempre meiga, terna, compreensível. Porque de outra maneira não consigo pintar.
Preciso de pintar. Mas não gosto de pintar sozinho. Compreendo que certas pessoas, artistas, gostem de nadar no aconchego da sua solidão. Alimenta-lhes a criatividade.
Mas eu, no quadro que quero pintar, sei que me vou perder sozinho. Como um menino procurando os seus pais, depois da escola acabada. Num final de tarde de Outuno, banda sonora inundada de folhas vestindo as calçadas da cidade.
Eu preciso de cores. Mas não aquelas cores da moda, e que vivem dela. Preciso das cores vivas, límpidas, que a essência carrega e declama. Essas cores que nascem connosco e nos acompanham, fieis companheiras de uma jornada. As cores do nosso luto, dos nossos sonhos, da nossa voz.
Preciso delas, mas não as roubarei. Nem sequer estarei tentado a desejá-las abruptamente. Preciso que as partilhem comigo, que me peçam também o meu pincel. Porque afinal, também tenho um.. Tenho muitos, para carregar com mais ou menos intensidade uma fragrância, um respirar.
Alguém tem cores? Daquelas que falam, suspiram... são doces, por vezes amargas também. Mas são cores que ficam, que resistem..
Eu tenho um conjunto de pincéis... é humilde, está um bocadinho gasto.. mas continua a ser, um conjunto de pincéis.."
Vou apresentar agora a representação fiel do que tenho andado a "apregoar" largamente, ao longo do fluir de toda a natureza deste blog.
Decorrente do facto de ter lido um dos comentários presentes aqui no blog, referente ao Post que fala sobre o TEMPLATE do mesmo BLOG, inspirei-me largamente por algumas das considerações aí partilhadas pelo meu amigo Luís Martins.
A metáfora que este utiliza, foi, para mim, um ponto de partida de inspiração para um texto que em princípio irá constar do ARGUMENTO FINAL do filme, embora a cena específica ainda não esteja completamente definida.
É impactante e pertinente, porque se adequa perfeitamente com o pulsar e natureza da personagem, e com a crispação, vivência e metamorfose que o alimenta interiormente.
Sem mais demoras, vou então partilhar convosco o texto específico, que se enquadrará numa cena em que o PERSONAGEM PRINCIPAL PEDRO, assiste a uma espiral de situações comprometedoras, no que diz respeito aos seus sentimentos e vivências, sendo representado o seu pensamento, mais uma vez, em VOZ OFF
"Queria cores para pintar este espaço. Não aquelas cores que nascem e bebem da moda, mas as outras. Aquelas que não se desgastam perante a intempérie primária, e que não fogem da luta ou da adversidade.
Queria cores e um pincel. Para neles banhar a minha frustração, a raiva opressora que dilata o meu peito. Mas a pintura seria sempre meiga, terna, compreensível. Porque de outra maneira não consigo pintar.
Preciso de pintar. Mas não gosto de pintar sozinho. Compreendo que certas pessoas, artistas, gostem de nadar no aconchego da sua solidão. Alimenta-lhes a criatividade.
Mas eu, no quadro que quero pintar, sei que me vou perder sozinho. Como um menino procurando os seus pais, depois da escola acabada. Num final de tarde de Outuno, banda sonora inundada de folhas vestindo as calçadas da cidade.
Eu preciso de cores. Mas não aquelas cores da moda, e que vivem dela. Preciso das cores vivas, límpidas, que a essência carrega e declama. Essas cores que nascem connosco e nos acompanham, fieis companheiras de uma jornada. As cores do nosso luto, dos nossos sonhos, da nossa voz.
Preciso delas, mas não as roubarei. Nem sequer estarei tentado a desejá-las abruptamente. Preciso que as partilhem comigo, que me peçam também o meu pincel. Porque afinal, também tenho um.. Tenho muitos, para carregar com mais ou menos intensidade uma fragrância, um respirar.
Alguém tem cores? Daquelas que falam, suspiram... são doces, por vezes amargas também. Mas são cores que ficam, que resistem..
Eu tenho um conjunto de pincéis... é humilde, está um bocadinho gasto.. mas continua a ser, um conjunto de pincéis.."
Tal como Sérgio Godinho,é com um "brilhozinho nos olhos" que constato a continuação da tua caminhada pelo carril da consciência.Apraz-me saber que um simples "desabafo" da minha carcaça te inspirou para o argumento final!Não o fiz com essa intenção.Longe de mim!Fi-lo apenas porque sinto que neste blog/projecto nevegam seres humanos que filtram a realidade com todas as suas CORES!Sentem-nas.Mesmo que abafad@s pelo eterno e balofo preto e branco,conseguem pincelar o horizonte mental com algum brilhantismo.A TV a cores chegou!Porque ñ chega a consciência a cores?Será que ela é como Godot e estaremos nós eternamente à espera dela?Seremos nós como Estragon e Vladimir?
Para quê esperar?Porque não ganhar coragem, e voltar ao tempo em que os nossos pais nos compravam livros para colorir?Até porque..."Eu tenho um conjunto de pincéis... é humilde, está um bocadinho gasto.. mas continua a ser, um conjunto de pincéis.."
Estou ansioso pelo produto final.
Um abraço do Luís
Posted by
Fritz the Fart |
8:30 da tarde
Vagueio incessantemente por este blog...e a cada passo sinto uma maior vontade de descortinar cada cena deste filme! Espero que esteja para breve. Este excerto é simplesmente brilhante. Parabéns!
Posted by
Anónimo |
2:01 da manhã